Quando a gente sonha com algo, a primeira coisa que passa na cabeça é que aquilo está longe e que será muito difícil alcançar....mas isso só acontece porque não estamos preparados, nessa hora que entra a dedicação….a medida que você se doa, um pouquinho por dia, vai percebendo que a distância vai diminuindo…..você descobre forças que não sabia que tinha, descobre que sua mente te engana o tempo todo e que se desistir no primeiro obstáculo, é porque aquilo definitivamente não era importante para você. O que torna algo incrível é justamente toda essa energia que você teve que modificar para que aquilo acontecesse e o quanto você teve que deixar sua zona de conforto para ir atrás do seu objetivo.
Sábado (21/11/2015) realizei o sonho de estreiar no triathlon….foram 12 meses entre estar presente em uma prova e sair dela decidida que estaria participando no ano seguinte….isso começando do zero….sem preparo, sem equipamento nenhum e sem a mínima noção do que seria.
A única coisa que tinha a favor era a certeza que era capaz, se aquilo fazia eu me emocionar era aquilo que queria pra mim…..cada treino que eu fazia ja me visualizava na linha de chegada…..nunca desacreditei, nunca pensei em desistir, mesmo enfrentando diversos revés no meio do caminho.
Amadureci e aprendi a importância do tempo. Cada erro serviu de
mais incentivo para tentar de novo e no final, foi isso que me deu
mais prazer na hora que completei aquela prova….Fiz uma prova
bonita, dentro das minhas atuais condições, nadei melhor que
imaginei que nadaria, mesmo depois de muito mimimi após
constatar que as bóias estavam muito longe (e realmente estavam).
Fiz minhas primeiras transições, o pedal foi a hora que me senti mais
segura do que estava fazendo, até lembrar que tinha que correr,
medo do que seria, pois estou voltando de lesão nas tíbias, ainda
não estou confiante, mas mesmo caminhando alguns trechos
finalizei em quarto lugar na minha categoria, mas em nenhuma
hora me cobrei e todo o tempo deixei minha alma dizer o que
fazer, fiz pela paixão de querer tanto aquilo.
Quando cruzei a linha de chegada, senti uma enorme satisfação,
meu filho me esperava e atravessei com ele. Foi uma mistura de paz,
no lugar de euforia, certeza de dever cumprido, muito orgulho e
(auto) exemplo de persistência, queria voltar e fazer tudo de novo.
Em seguida veio um grande vazio. Passei alguns dias com uma
ressaca emocional e depois compreendi que o mais importante para
mim foi o percurso até lá, a linha de chegada me definiu, mas o
caminho que percorri, me modificou fisicamente, mentalmente e
espiritualmente. Achei que nasceria uma triatleta nesse dia, mas
nasceu uma nova Fabiana.
Essa foi a maior lição que aprendi, quando fazemos algo para nós mesmos, a recompensa é interior. Quando fazemos para agradar os outros, tudo que fizer nunca será o suficiente.
Para finalizar, saiba que nenhum sonho é grande demais quando vc coloca paixão e humildade no processo.
Fabiana Marson